Para Sami Meira, da Ugreen, o Brasil tem todo o potencial para ser referência em sustentabilidade
Vídeos/A relação de Sami Meira com a sustentabilidade começou nos Estados Unidos, onde morou por 12 anos e iniciou sua carreira como arquiteta em um escritório especializado em projetos para escolas e hospitais. Além da preocupação com a estética, ela passou a investigar a procedência dos materiais, os impactos na saúde das pessoas e como cada escolha poderia interferir no aprendizado ou na recuperação de quem ocupava aqueles espaços.
Essa atenção aos detalhes e à qualidade dos insumos foi o ponto de virada. “Comecei a enxergar os projetos com outros olhos, e a entender que sustentabilidade começa nas pequenas decisões, muito antes da obra começar”, conta.
Em 2011, em uma visita ao Brasil, Sami foi convidada para liderar uma consultoria de sustentabilidade para um grande banco. Foi nesse projeto que conheceu Filipe Boni, hoje seu sócio na Ugreen, empresa referência quando o assunto é acelerar a transição para um mundo mais sustentável com educação, consultoria e, acima de tudo, atitude.
Nem sempre é simples identificar se um material é ou não sustentável. “No começo, as pessoas tinham dificuldade de aplicar isso na prática. Faltava informação confiável e linguagem acessível”, relembra Sami. Para preencher essa lacuna, a Ugreen passou a atuar também nas redes sociais, tornando o conteúdo mais próximo e descomplicado.
Outro passo importante foi a criação da Biblioteca de Transparência, uma plataforma que ajuda profissionais a compararem dados técnicos dos materiais, como análises de ciclo de vida e declarações ambientais de produto, de forma clara e prática. A ideia é empoderar quem especifica e consome, conectando marcas e pessoas que compartilham os mesmos valores.
Para Sami, o Brasil tem tudo para ser protagonista no cenário da sustentabilidade. “Temos uma natureza riquíssima, fibras, madeiras e materiais incríveis. Podemos avançar ainda mais na transparência dos dados e na valorização do que é nosso”, afirma.
Apesar de não ser a sua área de atuação, a Ugreen aceitou um convite especial da Guararapes: o projeto da Casa Guararapes Caçador. A proposta era colocar em prática tudo aquilo que ensinam em seus treinamentos em relação à sustentabilidade.
Segundo Sami, a arquitetura foi pensada respeitando o clima local, com estratégias de conforto térmico, iluminação natural e descarbonização. O resultado é um projeto que nasce sustentável desde a concepção, e mostra como é possível unir responsabilidade e criatividade.